Ele tem um apartamento no centro da cidade. um lugar onde o sol bate poucas horas do dia, e onde só cabe suas coisas mais próximas e que mais tem carinho. Ele acorda as sete da manha com a cara amarrotada pelo forro do sofá, o café frio do dia anterior vai pro microondas e o pão mucho junto, sem muita manteiga, ele odeia a gordura que repinga na meia quando ele come. Logo depois um banho contra sua vontade, de manha, ele só gosta de ficar de olhos fechados e se imaginar deitado no sofá. Da uma boa olhada na minúscula janela e, olha os pombos do outro lado da rua, comendo pedra ou qualquer coisa parecida, Ele nunca parou pra reparar o que era de verdade, mas tambem, mesmo se quisse a janela era pequena demais pra ele conseguir reparar nisso. Voltando a rotina, coloca sua calça verde musgo, seu all star e um casaco xadrez que ganhou da tia quando tinha uns 15 anos. Põe seus óculos no bolso da camisa, a chave da casa no outro, a carteira e seu maço de carlton no bolso de tras.
O caminho até a livraria onde trabalha, leva cerca de vinte minutos a pé. É ele vendeu o carro que ganhou logo quando tirou sua carta de motorista- na época ele achava que o namoro com a gringa estranha do outro lado da rua iria durar- ele se sente bem fazendo o que quer na hora que dá. Não se preocupa em se arrepender depois, ele sabe que um dia isso passa.
Ele para na frente da banca de jornais, ascende um cigarro e tenta ver o que todos ali estão vendo. Mas ele nem tem tanta paciencia pra isso, e continua até a livraria. Lá, passa o dia listando os novos livros, e conferindo as vendas. Ele, nunca se interessou pelos livros que passavam por ele. Sempre saia de lá com a vista cansada de ver tantas letrinhas e tantas cores diferentes nas capas dos livros.
O caminho de volta era o mesmo. Passava pela casa de shows já fechada há anos, onde ele tocava com sua banda de adolecencia, se me lembro, o nome era "go wings", algo assim, não, era "low wings". Um nome que refletia o que ele sempre foi. Passando de lá tinha o barbeiro e a loja de doces, onde gastava quase um quinto do salário. O brecho, e a loja que onsertava aparelhos eletrônicos.
Chegando ao apartamento, subia as escadas com a energia de uma tartaruga, demorava mais subir as escadas do que voltar pra casa. No terceiro andar, ele abre a porta e se joga no sofa. Vira de lado e liga sua vitrola com o disco que ele mais gosta.
Ele nem para pra pensar no dia que teve, dorme e só acorda com o barulho do telefone, e, é ela, a mulher que detem os suspiros e as lágrimas no banho. Ela sempre pergunta se ele está bem, ele não housa responder que não. E semrpe o seu estomago se remexe como se fosse sair pela boca, e desliga o telefone com o desdém de sempre. Ele nem faz idéia do que fazer em relação a isso, então nem faz questão de pensar muito nisso.
Ele pega sua guitarra por minutos, acompanhando poucas musicas que sabe tocar. Tenta escrever qualquer coisa num pedaçõ de papel já sujo e o guarda na caixa de frases que ainda pretende usar em alguma musica ou texto.
Ele finalmente parou de escrever sobre a gringa estranha do outro lado da rua. Por algum motivo, ele sempre foi absolutamente apaixonado por ela, e nem sabia por que, ele tinha tudo para nem encontrar com ela na rua, mas tudo aconteceu e ele se perdeu na paixão mais estranha da sua vida.
Uma coisa que lhe faz se sentir bem de manhã, é o barulho dos carros, da cidade, um peso é adicionado ao clima, isso o encanta, e seu peito se enche de sentido por minutos, logo ele percebe que tem a 'vida' pela frente. Nos finais de semana ele fazia alguns show com sua banda, tocando bateria e as vezes quebrando uns galhos na guitarra. Era seu único jeito de ser o que queria e não o que queriam.
Ele sempre pensa em largar tudo e só se dedicar ao sofá, mas o seu futuro num pub em liverpool o agurda, pelo menos é o que ele pensa. Quer ter uma vida simples, fazendo coisas complicadas e sem ter tanto trabalho.
Ele desliga a vitrola e se senta pra tentar escrever, só pra tentar variar um pouco, ele escreve sobre o espaço e o quanto ele é apaixonado por estrelas, lua, planetas e etc. Ele ainda quer tatuar tudo isso em um dos braços, expressar tudo isso em dor. Mas sua inspiração não dura muito, ele sempre tem surtos de desejo por café, e corre até o bar da esquina pra matar a sede por cafeína, fumar um cigarro e ficar olhando o movimento de carros, nada fora do normal. A não ser pela chuva que começa cair e ele correndo pela rua pra não ter que trocar de roupa.
Logo após os 6 lançes de escada, ele chega ao apartamento puto com tudo aquilo, e por não ter uma cafeteira em casa, nem ao menos um fogão. Deita "exausto" no sofá, dorme e sonha...(continua)
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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textos assim me lembram a clarah e o alter ego dela, camila, que sempre me identifico.
ResponderExcluirai ai, viu, juan...